A ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) da Presidência da República, Luiza Bairros, e o defensor público-geral federal, Haman Córdova, assinaram hoje (22) um acordo de cooperação para integrar a Defensoria Pública da União (DPU) à campanha “Igualdade Racial É pra Valer”. A ministra disse que com isso será criada uma “oportunidade concreta” de atuação mais direta da DPU com a defesa dos direitos das comunidades tradicionais.
“Vai ser extremamente útil esse vínculo. A defensoria vai nos auxiliar para traçarmos juntos caminhos de atuação nos direitos [das pessoas de comunidades tradicionais] levando em consideração algumas situações muito emblemáticas que temos em todo país”, disse a ministra durante cerimônia de assinatura do acordo. Em seguida, Luiza Bairros citou alguns conflitos envolvendo as pessoas de comunidades tradicionais, como a disputa de interesses com o capital privado, com o pequeno agricultor e restrições relativas ao meio ambiente. “[Por meio desse acordo] seremos capaz de criar um material educativo que sirva de referência para todas as defensorias estaduais”, disse.
O acordo determina o incentivo de cursos para capacitação de defensores públicos federais e parceiros para que conheçam de forma detalhada os valores das comunidades tradicionais que serão tutelados. A ministra disse que a primeira atividade será a capacitação dos defensores públicos da União, em junho, por meio de oficinas de trabalho, em Alcântara, no Maranhão.
Pelos levantamentos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o cotidiano da maior parte das comunidades tradicionais é marcado por disputas e conflitos. Uma das situações apontadas como mais grave é a da comunidade de quilombolas de Alcântara. Nos anos 1986 e 1987, cerca de 1,5 mil quilombolas foram removidos de forma compulsória pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Na cerimônia, a ministra demonstrou preocupação com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 que se refere à demarcação de terras quilombolas no país. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem (21) o parecer favorável à admissibilidade da PEC. “A proposta transfere para o Congresso Nacional a competência para demarcar e homologar terras indígenas e quilombolas, a nossa parceria terá que ser mais consolidada ainda”, destacou a ministra.
Fonte: http://www.jornalfato.com.br
Postado por Mônica Pontes da Costa Oliveira
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