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domingo, 11 de dezembro de 2011

AS CONTRADIÇÕES DO SÉCULO XX QUE REFORÇAM AS DESIGUALDADES , A DISCRIMINAÇÃO E O RACISMO

Século XXI: um poço de contradições


Estamos num estado global de cegueira diante dos fatos. O pior de tudo é que nos tornamos cegos por opção
"No século XXI a emoção humana passou a ser movida pelas mãos do consumo e sua rede diabólica. Nos emocionamos muito mais com uma bela propaganda de fast food ou de um grande banco do que com as mãos fraquejadas dos trabalhadores explorados que constroem ao preço de dor sua tão lastimável história. Sim, de trabalhadores, homens e mulheres, que carregam em seus ombros a angústia de não saberem se terão algo para responder aos seus filhos quando eles disserem: "Estamos com fome!"Todos nós estamos em dívida com os famintos e miseráveis desta terra! Somos nós os responsáveis, pois os que se calam e consentem com o mal são piores que seus próprios autores."

O que cabe na poesia???

Não há poesia na lida ao sol de meio dia
No  corpo cansado da fadiga que arrelia
A barriga vazia  não sente fome de versos
A dor da injustiça  afigura um universo
Que  não cabe na poesia, não rima com ilusão...
É um estado perverso de quem não tem pão
De quem  precisa de  leite, arroz ou feijão
De quem sente na carne, nos ossos, na alma
A crueldade  marginalia da tal expropriação
De direitos, de oportunidades,  de vez,  de visão...
Qual verso rima com miséria? Pobreza dói no poema
E a panela pura não rima   com alguma coisa que preste
O filho da prostituta, a cria da contra mão,
O aborto da inocência, o fruto da violência
Quem se lembra em sua poética? Ou com seu verso o veste?
Há quem lembre do exilado, do mendigo, do sem teto?
Daquele que não tem nada nem um pedacinho de chão?
Quem dá a mão ao pivete? Quem acolhe o moribundo?
É mais fácil cantar o amor... fácil idealizar o mundo
A enxergar a  miséria,  puta velha do submundo
Não interessa ao poeta, não cabe na poesia
A escória da  sociedade, nem o sol do meio dia...

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 09/12/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 09/12/2011
Código do texto: T3379309 
 http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3379309
 

Pivete...

Eu passo fome
Durmo na rua
Peço esmolas
Para comer
Reviro o lixo
Caço igual bicho
Para viver...

Eu cheiro cola
Pra esquecer
Meu corpo sujo
Meus pés descalços
Minha fraqueza
E solidão ...

Eu bato carteira
Roubo bolsas
Anel, cordão...
Não tenho casa
Não tenho escola
Não tenho família
Nem proteção...

Eu sou do mundo
Sou fruto podre
Da indiferença
Cria bastarda
Do desrespeito
Sou escremento
Da sociedade
E resultado
Do desamor...

Meu sonho bom
Quem sabe um dia?
Ser grande e forte
E mandar no morro.
Da boca de fumo,
Ser o senhor...

Não sei se eu
Ainda vejo isso
Ou quem sabe
Eu morro antes
Na troca de tiros
Entre os "home"
E os traficantes...

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 28/11/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 28/11/2011
Reeditado em 28/11/2011
Código do texto: T3360506 
 

Quinta-feira, Setembro 16, 2010






Educação e Mídia são as principais responsáveis pela discriminação
“A educação no Brasil, vem se utilizando de uma prática que forma indivíduos com um nível de cultura preconceituoso, alicerçado a uma visão de mundo que determina que tudo que é diferente, é errado ou inferior, mas nunca de forma igual”. A explicação é da Professora Ceres Santos, da UNEB, quando então convidada como uma das palestrantes para o Curso Jornalismo Cidadania e Diversidade, oferecido pelo Instituto de Mídia Étnica, em parceria com a Faculdade Social da Bahia. Em ocasião do mesmo Curso, outra convidada, a Socióloga Vilma Reis, afirmou, de forma emocionada que “o racismo desumaniza”. Essa afirmação se deu após a socióloga ter exposto, para os presentes, dados oriundos de um relatório, no qual uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, em 2008, revelou que médicos utilizavam menos anestesia em mulheres negras porque tinham aprendido que elas suportavam mais a dor. Essa informação chocou a todos os presentes. Deve chocar também àqueles que não acreditam que existe racismo no Brasil.O Curso mencionado foi dirigido aos alunos do Curso de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia (FSBA) tendo como coordenadora a professora da disciplina Redação I, Lílian Reichert Coelho, e que visava capacitar os futuros profissionais da área de Jornalismo para uma mudança de postura, na forma de abordagem a assuntos relacionados a temas como raça e etnia. O objetivo do Diretor Executivo do Instituto de Mídia Étnica, Paulo Rogério Nunes, é que fosse um debate constante em todos os Cursos de Comunicação para que, no futuro, tenhamos profissionais mais comprometidos com o fim das desigualdades sociais. E, por que não dizermos, cidadãos também? Existe outra medida ligada à Educação para reverter o quadro de racismo no Brasil. Um dos primeiros atos do Governo Lula, em 09 de Janeiro de 2003, foi o de assinar a Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileiras, dando início a uma conquista do movimento negro em busca de uma educação igualitária, baseada no respeito mútuo e nas diferenças culturais de nosso País. Para que essa Lei atinja o propósito de acrescentar uma nova cultura e o respeito pela raça negra, é necessário preparar os professores com informações suficientes sobre o tema, pois sabemos que os mesmos foram formados sem essa base histórica. Será necessário também editar novos livros didáticos e reformular as grades de graduação e licenciaturas. A implementação de cursos ou disciplinas nas Faculdades com bases fundamentadas voltadas ao estudo e respeito a estas diversidades étnicas, como é o caso do Curso Jornalismo Cidadania e Diversidade, seria de suma importância na formação de futuros profissionais, principalmente àqueles ligados às Comunicações porque, muitas vezes, são vozes carregadas de preconceito e discriminação. Alicerçada a estas propostas, a Educação não será mais uma disseminadora do preconceito racial, mas sim uma base sólida, fundamentada na conquista para uma igualdade étnico-racial, num País que não deveria ser citado como “verde e amarelo”, mas sim como rico em diversidade étnico-racial e cultural.

RACISMO AINDA PERSISTE


Racismo, no Dicionário Aurélio, significa: “Uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças. Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo considerado de outra raça”. Portanto, partindo deste conceito, podemos constatar que o racismo é a representação de uma desigualdade étnico-racial que atinge o Brasil de forma vergonhosa e assustadora desde o período colonial. A raça negra foi cruelmente massacrada, humilhada e escravizada com base no racismo. Os livros de história contam detalhadamente os episódios de sofrimento e servidão deste povo, mas não expõem a história da África e do povo negro antes da escravidão. Existe uma grande lacuna a este respeito. Os livros didáticos, na sua grande maioria, dão maior ênfase aos episódios de humilhação e dor ocorridos com os negros no Brasil, mas não relatam as conquistas e como era a vida deste povo, quando em liberdade na África. Vale lembrar que, deste continente, surgiram grandes civilizações. A história desta raça, suas origens, cultura e antepassados, merecem respeito e atenção.A criança negra, na escola, só tem acesso à história de seus antepassados como um povo escravo, humilhado e inferior. Então, é compreensível que queira esconder ou anular suas origens e sua cor. Os colegas de classe dessa criança, pertencentes a outras raças, aprenderão o mesmo conteúdo racista, desencadeando todo um processo de preconceito étnico e racial. Em algumas situações específicas, quando ocorre maior atenção e cuidado familiar, baseados no respeito e igualdade racial, o racismo não vai vigorar, pois a formação familiar, se adequada, contribui de forma valorosa no caráter e moral do ser, sendo uma aliada contra esta má cultura imposta pela educação.As escolas ensinam que os negros foram escravos e que, no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel do Brasil e o conselheiro Rodrigo Augusto da Silva assinaram a Lei Áurea extinguindo assim, a escravidão no Brasil. Mas, a abolição não ocorreu efetivamente, pois, ainda hoje, o negro é visto como subalterno e de raça inferior. E, a principal semeadora desta cultura preconceituosa, é a educação.



 Associação Internacional Poetas Del Mundo
                  Diretoria de Políticas Sociais
anamerij
Por: Irene Cristina dos Santos Costa

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