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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Movimentos feministas e suas formas de lutas

O movimento feminista vem se organizando e atuando em diferentes frentes de luta e em diferentes formas, tendo como conseqüência uma diversidade de vertentes que variaram ao longo da história e do contexto social: por meio da igualdade, da diferença e da separação, há, porém, no feminismo um compromisso comum de por fim a dominação masculina e à estrutura patriarcal. As diferenças situam-se na identidade, no adversário, quais os focos de luta bem como as metas as quais se quer alcançar, as divergências vão da análise das raízes do patriarcalismo, a possibilidade de combater, de reformar o estado patriarcal e/ou capitalismo patriarcal, a heterossexualidade patriarcal ou ainda a dominação cultural.
O feminismo liberal e socialista tem a identidade nas mulheres como seres humanos e toma como adversário o Estado patriarcal e/ou capitalismo patriarcal, tem como meta direitos iguais, inclusive direito de ter filhos ou não. Concentrou seus esforços na obtenão de direitos iguais para homens e mulheres em todas as esferas da vida social, econômica e institucional.
As feministas radicais tiveram origem a partir daquelas mulheres que começaram a se organizar em oposição às contínuas discriminações que sofriam nas organizações de esquerda das quais participavam. Identificavam nos homens os agentes da opressão, tomando as outras formas de opressão como extensão da supremacia masculina. Concentravam seus esforços na conscientização e para tanto, organizavam grupos exclusivamente femininos.
O feminismo cultural tem a identidade na comunidade feminina, seus adversários são as instituições e os valores patriarcais, tem como meta a autonomia cultural.
O feminismo essencialista (espiritualismo, ecofeminismo) tem como identidade o modo feminino de ser, acreditam numa essência única feminina e tem como adversário o modo masculino de ser, tem como meta a liberdade matriarcal.
O feminismo lesbiano tem como identidade a irmandade sexual/cultural, como adversário a heterossexualidade patriarcal e como meta a abolição do gênero pelo separatismo.
Além dessas formas, há as identidades femininas específicas étnicas, nacionais, autodefinidas, estas tem identidade autoconstruídas por exemplo: feminista lésbica negra, tem como adversário a dominação cultural e como meta o multiculturalismo destituído de gênero.
Há ainda o feminismo pragmático (operárias, autodefesa da comunidade, maternidade etc.) que tem como identidade donas de casa, mulheres exploradas/agredidas e tem como adversário o capitalismo patriarcal e como meta a sobrevivência/dignidade.
Com a oposição de movimentações antifeministas, as diferenças entre feministas radicais e liberais foram cada vez mais ficando a margem, o que possibilitou a a aproximação entre essas correntes uma vez que seria necessária a união de forças para sustentar o movimento. Há também outro elemento a ser considerado ao se fazer a diferenciação das formas do feminismo que é o da geração, fator este que já não está relacionado à divisão entre radicais e liberais, mas ao maior grau de importância conquistado pelo lesbianismo, a importância dada a expressão sexual, e uma maior abertura para cooperar com os movimentos sociais masculinos, caracteristícas das gerações mais recentes.
Alguns tipos de organizações feministas podem ser encontrados: - Organizações nacionais, cuja principal exigência são os direitos iguais - Organizações prestadoras de serviços diretos (redes de grupos locais) - Organizações de defesa da mulher - especialistas
A partir da década de 60, uma década após Simone de Beauvoir ter escrito o livro O segundo sexo, aonde denúncia as raízes culturais e sociais da desigualdade sexual, as teorias feministas já passam a uma necessidade de compreensão do universo no qual a mulher está inserida a partir da construção social da condição. Incorporam, portanto outras frentes de luta, e começam a forjar o conceito de gênero e da hierarquia mascarada pela diferenciação de papéis.
Um movimento que tem origens no feminismo radical é o feminismo descontrutivista, que acredita ser o sexo (tanto no sentido biológico quanto social) uma construção social, que deve ser rejeitada enquanto unidade de classificação. Para esse tipo de feminismo, o paradigma de dois sexos deve ser substiuído por outro, que considere diversas sexualidades.
Embora muitas líderes do feminismo tenham sido mulheres, nem todas as pessoas adeptas do feminismo são mulheres e nem todas as mulheres são feministas. Um dos pontos de divergência no interior do movimento é a participação ou não de homens no movimento feminista.
O feminismo encontra bastante limitação fora do ocidente, onde esteve restrito durante o século XX. Os movimentos feministas esperam que as ações e conquistas ganhem espaço em todo o mundo durante o século XXI.
Essa fragmentação e multiplicidade de identidades feministas, não se refere necessariamente a uma fraqueza, mas sim a uma força, já que encontramos sociedades caracterizadas por diversos conflitos sociais e lutas pelo poder, demandando diferentes formas de aliança e de autodefinição das identidades. Não há, portanto, um movimento único feminista, mas muitas identidades diferentes e autônomas, alcançando micropoderes, baseados nas experiências adquiridas pela vida. Estas experiências são tão diferentes que denunciam a multiplicidade de identidades femininas e o multiculturalismo que não podem ser negligenciados ou ser uma única forma imposta pelo patriarcalismo.

[editar] Relações com outros movimentos

O movimento feminista se relaciona com outros movimentos sociais na medida em que as questões ligadas a condição da mulher acabam por se interligar com questões de opressão como de classe, raça e sexual. Em alguns momentos da história, essa abetura não existe, principalmente pela necessidade de uma auto-afirmação das mulheres enquanto grupo organizado e autônomo. Porém, com as gerações que se seguem, novas condições vão sendo colocadas para os movimentos abrindo novas possibilidades de organização e de solidariedade entre movimentos de focos diferentes. Sobreposições de opressões como, por exemplo, a mulher negra, a mulher lésbica, a mulher pobre incentivam não só as frentes específicas dentro do feminismo, mas o coloca ao lado de outros movimentos que se colocam igualmente contra qualquer tipo de discriminação.
A maioria dos grupos feministas adopta uma visão holística quanto à política — o que concordaria com a frase de Martin Luther King, "Uma injustiça em algum lugar é uma injustiça em todo lugar". Principalmente nos Estados Unidos, onde a segregação racial é clara, alguns feministas costumam apoiar outros movimentos como o movimentos dos direitos cívicos e o movimento dos direitos homossexuais. Muitas feministas negras participam também do movimento negro, e criticam o feminismo por ser ele dominado por mulheres brancas; argumentam que os problemas enfrentados pela mulher negra são ainda piores em razão do preconceito racial somado ao preconceito de género. Essa ideia é a chave do feminismo pós-colonial. Muitas mulheres negras dos Estados Unidos preferem o termo womanism (algo como mulherismo) em detrimento do tradicional feminism.
Certas feministas rechaçam as mulheres transexuais, porque questionam a distinção entre homem e mulher. Mulheres transexuais são algumas vezes excluídas de reuniões exclusivas à mulheres e eventos feministas, e são rejeitadas por determinadas feministas que dizem que ninguém que nasceu homem poderá realmente entender a opressão que a mulher enfrenta. Por outro lado, as mulheres transexuais argumentam que somente uma visão estereotipada da transexualidade poderia clamar que estas pessoas representam construções tradicionais do "ser homem" e do "ser mulher"; que enfrentam discriminação semelhante às mulheres biológicas, e inclusive lutam a respeito de direitos legais que não lhes são assegurados; que não é a genitália o que torna uma pessoa mulher; que uma vez que realmente são mulheres, cabe a elas por direito o reconhecimento das lutas como lutas feministas; e que a discriminação que sofrem não é nada mais do que outra face do patriarcalismo e uma clara expressão de transfobia e misoginia.

                                                                           Retirado do http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
                                                                                    

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