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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Preconceito racial e tentativas de escondê-lo, cultura ou hipocrisia.

"Eu tenho um sonho...de que um dia viverão numa nação onde eles não serão julgados pela cor da sua pele mas pela essência do seu caráter." 
 (Martin Luther King)



Alexandre da Silva Colinsque

 Atualmente temos observado as calorosas discussões sobre o preconceito racial em nosso país, ainda são raras a situações onde podemos encontrar pessoas negras ocupando cargos ou profissões que ofereçam certo grau de prestigio social, compreendo que parte desta situação seja fruto da história da colonização de nosso país, sabemos que no período colonial o Brasil se valeu da mão de obra escrava, até hoje existem resquícios desta situação que ainda faz todo um grupo de pessoas ficarem fora do leque de oportunidades e a margem da sociedade, o negro não é inferior por causa da pigmentação de sua pele e por nenhum outro motivo, o que tem inferiorizado população negra é a descriminação, e consequentemente a negação do direito de acesso aos bens culturais, tratamento desigual por parte de alguns seguimentos da sociedade e das escolas onde freqüentam, não raro podemos presenciar situações a falas que reforçam ou negam o preconceito racial até mesmo dentro das universidades.

Ainda podemos sentir o quanto algumas parcelas significativas da sociedade tentam esconder a criminosa prática do racismo, tanto no sentido de praticar o racismo quanto negar e existência das praticas racistas, ou acabam tomando uma postura omissa diante de um ato racista, em alguns casos os atos de racismo são praticados com certa sutileza que talvez nem a própria vitima perceba que ela está em meio a uma situação de intolerância, ou quando a pessoa percebe acaba não conseguindo provar que foi vitima de tal crime.

A exclusão do negro começa desde sua infância, não precisamos ir longe para vermos o quanto a prática de ideias que de uma certa forma acabam reforçando a ideia de que os padrões de beleza estão nas crianças de cor branca, eu nunca vi uma foto de criança negra ilustrando um pacote de fraldas descartáveis, ou qualquer outro produto, dificilmente são escolhidas para desempenharem papéis em novelas as crianças negras, quando a criança chega a sua idade escolar então começam outra série de situações que poderão fazer dela mais uma vitima da exclusão, é atravéz do racismo que se nega praticamente todas as oportunidades de ascensão social e a mobilidade de uma classe social para outra torna-se quase algo utópico.

Outro ponto de reflexão está na questão dos cargos do poder legislativo e executivo, o poder tem passado de mãos em mãos, apesar de se falar tanto em igualdade racial o negro ainda fica de fora dos espaços de poder, raramente chegam a tais postos, tanto no legislativo quanto executivo, todas as vezes que acontece uma colação de grau ou um aluno negro faz desenvolve alguma atividade que é desenvolvida por alunos brancos é feito um alarde enorme na mídia como se aquele momento fosse o mais sublime de todos, esquecendo-se de que numa escola publica é grande o percentual de alunos negros e muitos deles não chegam ao final de sua trajetória escolar, então negar o preconceito racial não o ameniza e muito menos o contrapõe, o que devemos fazer é assumir esta luta em favor da igualdade racial, tanto da mulher negra quanto do homem negro e da criança negra.

Enfim, ainda estamos distantes de atingirmos um nível de equidade racial e consequentemente social, a situação é gritante e cabe a nós enquanto cidadãos lutarmos por uma reeducação da sociedade a fim de reduzirmos as situações de racismo e intolerância, infelizmente temos hoje parlamentares no congresso nacional que falam abertamente e sem nenhum constrangimento sobre seus posicionamentos racistas e intolerantes, como foi na última semana o caso do deputado Bolsonaro que condena qualquer outra opção sexual que não seja a opção dele e do grupo que ele defende no congresso, será que ele vai ser condenado ou quais seriam providencias a serem tomadas a respeito do posicionamento do deputado Bolsonaro que expôs sua intolerância a um outro grupo social que pensa de maneira diferente.

O que quero dizer é que nenhum tipo de argumento justifica o preconceito e a intolerância, afinal quem trabalhou mais para colonizar este país, e quem são os ditos heróis da história. O nosso país deve reconhecer que já explorou em demasia os povos negros, e já passou da hora de admitir que somos todos iguais, nunca fomos diferentes do ponto de vista biológico, o que temos hoje vergonhosamente são as diferenças sociais devido a uma má distribuição de riqueza, e temos o preconceito racial e em face dele muitos acabam não tendo o direito de ser, e além do mais, a cor negra ou branca não é fator determinante no intelecto ou em quaisquer capacidades do se humano.

Alexandre da Silva Colinsque. Acadêmico do 5º semestre do curso de pedagogia, Unemat, campus de Juara.



Diante de todos esses aspectos levantados nesse artigo, propomos a questão:

O QUE FAZER PARA ACABAR COM  PRECONCEITO DE COR E RAÇA NO BRASIL, DISFARÇADO NO MITO DA DEMOCRACIA RACIAL ?


Pesquise feita por: #MSul.Irene Cristina dos Santos Costa
Nortão News, Juara 25 de Outubro de 2011
http://www.nortaonews.com.br/artigos/1962/Preconceito-racial-e-tentativas-de-esconde-lo-cultura-ou-hipocrisia.