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sábado, 30 de julho de 2011

MULHERES CAPIXABA QUE FAZEM ARTE

AFESL
 ACADEMIA FEMININA ESPIRITO-SANTENSE DE LETRAS
Fundada a 18.07.1949 - Reorganizada a 29.10.1992

A AFESL foi criada a 18 de Julho de 1949, sob patrocínio da Academia Espírito-santense de Letras, e contou com 12 acadêmicas, inicialmente. Atuou em vários eventos intectuais durante a longa gestão de Annette de Castro Mattos. Apesar disso, apresentou vários períodos de recesso e completa inatividade. Nesse seu período inicial, a AFEL teve dois casos de censura, sendo impedidas de ser acadêmicas as escritoras Haydée Nicolussi e Carmélia Maria de Souza. Essa injustiça foi reparada, ao se efetuar a reorganização da AFEL, em 1992, quando as duas escritoras tornaram-se Patronas das cadeiras nº 6 e nº 30, respectivamente. Após a sua reorganização, a AFEL vem tendo atividade mais constante, sempre participando de eventos culturais no estado.

ALGUMAS FUNDADORAS

Anna (Annette) de Castro Mattos
Arlette da Silva Cypreste e Cypreste
Doralice de Oliveira Neves
Hilda Pessoa Prado
Ida Vervloet Finamore
Judith Leão Castello Ribeiro
Maria José Albuquerque de Oliveira
Maria Stella de Novaes
Sylvia Meirelles da Silva Santos
Virginia Gasparini Tamanini
Yamara Vellozo Soneghet Melchiors
Zeny Santos

Notas

Patronas e Acadêmicas

Com trabalho de pesquisa efetuado pelas Acadêmicas Thelma Maria Azevedo (Cadeira 30) e Ester Abreu Vieira de Oliveira (Cadeira 31) e de formatação, revisão, edição e acréscimos da Acadêmica Silvana Soares Sampaio (Cadeira 37), os membros da Rede agora podem obter informações sobre as Patronas e as Acadêmicas que ocuparam e ocupam as 40 Cadeiras da Academia.
Renata Bomfim

Ester Abreu Vierira de Oliveira Canta a cidade de Muqui ES.MPG

Recital de poemas realizado no 2º Encontro de escritoras capixabas 2011

Fonte:http://afesl-es.ning.com/profiles/blog/list?tag=AFESL

Ester Abreu Vieira de Oliveira, professora e pesquisadora, com trabalhos publicados em variados gêneros, possui livros de poemas, de crônicas, de ensaios, didáticos e infantis e de traduções. Nasceu no município de Muqui, no Estado do Espírito Santo, (a Cidade Menina, atualmente um patriônio histórico do Espírito Santo, com algumas casas já tombadas, conhecida pela realização de concursos de Folias de Reis, em 31/01/1933, filha de Ataulfo Vieira de Almeida e de Maria da Penha Abreu Vieira.
Oriunda de tradicional família dessa cidade, neta do coronel Pedro João e bisneta de João Pedro Vieira Machado, um dos fundadores da cidade, cresceu no bairro de Entre Morros, de onde se ausentou em sua juventude, durante dois anos, para estudar no Colégio Santos Anjos, no Rio de Janeiro. Ali cursou a 1a e a 2a séries ginasiais. Voltando à sua terra, terminou o ginásio e o normal no Colégio de Muqui, sob a direção do dr. Dirceu Cardoso.Ambicionando ampliar seus horizontes de conhecimentos, foi para Vitória onde na antiga FAFI, obteve os títulos de Bacharel e Licenciado em Letras Neolatinas e se casou. Passou a amar essa cidade como amava a sua Terra Natal. Nela ela teve crescimento intelectual e afetivo. Este marcado pelo papel de esposa, mãe e avó, além das amizades conquistadas.Por sua atuação profissional e produção intelectual, recebeu vários votos de louvor, entre eles em 1981, 1995, 1997 do Departamento de Atividades Legislativas, 1125/97, e 1999, 2010, 2011 da Câmara Municipal de Vitória, 2010 e 2011 da Assembléia Legislativa, em 1985 do Centro de Artes da UFES, em 1986 e 1988 do Colegiado do Departamento de Línguas e Letras; em 1994 dos Formandos do Curso de Letras - Português, da UFES, em 1995 da Embaixada de Cuba e do Conselho Universitário - UFES; em 1996 do DLL/Ceg/UFES, foi homenageada com o seu nome Ester Abreu Vieira de Oliveira no Prédio de Idiomas, e em 1996 pelos Graduandos de Espanhol do DLL/UFES, em 1996 e 1997 pela Câmara de Pesquisa PRPPG/Prograd e, em 1997, poelo Departamento de Admissão e Graduação - DAG/Prograd. Em 1998 recebeu do CNPq. Of. Pre 1597/98 Brasília 26 de outubro, congratulações como pesquisadora e, em 1998, da Casa de España do Estado do Espírito Santo. Em 1983 recebeu o Prêmio Publicação DEC - para o livro Momentos; e, em 1985, recebeu Menção Honrosa da Academia Espírito-santense de Letras no Concurso de Poesia Alvimar Silva para o livro Momentos. Em 1986 ganhou o Prêmio Publicação da Shogum Arte para a Antologia Poetas Brasileiros de Hoje, com o poema "Pássaro na gaiola"; em 1987, foi-lhe auferida a Medalha de Ouro - UFES pelos serviços prestados; em 1992 ganhou o Prêmio "Miguel Hernandez", instituído e promovido pela Consejeria de Educación da Embaixada da Espanha no Brasil e da Associação de Professores de Espanhol do Estado do Rio de Janeiro, sob o pseudônimo de Josefina Nogueira com o trabalho monográfico "Miguel Hernandez: aspectos de sua vida e época"; em 1995 foi indicada como candidata da UFES para o Prêmio Internacional da Universidade de Salamanca "Elio Antonio de Nebrija; em 1995, foi agraciada com o título de Cidadã Vitoriense; em 1996 foi selecionada para participar no IX Congresso de Poesia; em 1996, a Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni selecionou o seu poema "Saudade em uma fria madrugada"; em 1996, recebeu a Medalha Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo por participar da Comissão Julgadora do Concurso de Monografias; em 1999 ganhou "La Presa de la Tortuga de don Juan", "símbolo de la paciência en el difícil arte de la seducción" da Fundación Cultural Don Juan, A.C Zapopam, Jal México. A partir desta data recebeu outros votos de louvor tanto da ALES como da CPMV por desempenho e homenagens de alunos de graduação.Em sua vida profissional no magistério iniciada em 1952, como professora do primário, em Escolas Singulares e em Grupos Escolares, passou para o ensino secundário (antigo Ginasial, Científico e Clássico), no Colégio Americano de Vitória, de 1958 a 1960, lecionou Espanhol e Francês, e no Colégio Estadual do ES, dando classes de 1965 a 1981, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Língua Espanhola. Passando a lecionar no ensino superior, na UFES, a partir de 1965, lecionou no cursos de Graduação e de Pós-graduação (Especialização, Mestrado e Doutorado). Nesse percurso atuou ali como professora de Expressão em Vernáculo, Português para Estrangeiros, Língua Espanhola e Literatura Espanhola e Hispano-americana e Estudos Literários. Ainda que aposentada em 1996, continua prestando serviços a UFES, como voluntária. Além da UFES, atuou, profissionalmente, no Centro de Ensino Superior de Vitória (de 1999 a 2007). Ali deu aulas para o Curso de Letras, de Língua e Literatura Espanhola, Literatura Brasileira e de Literatura Portuguesa na Graduação e na pós-graduação de Língua Espanhola, Semântica, Literaturas em Língua Espanhola e para o Curso de Direito, deu aulas de Metodologia. Foi também nesta Instituição Diretora de Pós-Graduação e pesquisadora.Fez, no Brasil e no exterior, vários cursos, que resultaram em títulos como Português Superior, Pela Universidade de Lisboa (1968), Especialista em Filologia Espanhola (Madri - 1968) Mestrado em Letras-Português, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1983), Doutorado em Letras Neolatinas - Língua Espanhola e Literaturas Hispânica, Pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e Pós-doutorado em Filologia Espanhola, pela UNED (Madri) (2003). Foi bolsista da Gulbenkian, para cursar Português Superior em Lisboa e, por três vezes, do MEC/Governo Espanhol, para fazer cursos de atualização, em Madri e Salamanca.Participou de vários encontros, jornadas e seminários, como debatedora, coordenadora, de mesas redondas, conferêncista, representando o Espírito Santo e a Universidade, tanto no país como no exterior.Assumiu cargos administrativos de direção, chefia, e coordenação. Participou em Bancas examinadoras acadêmicas no Estado e fora dele. Idealizou e coordenou vários cursos e congressos, oferecidos à comunidade.Faz parte de instituições internacionais e capixabas, tais como a Academia Espírito-santense de Letras onde ocupa a cadeira n. 27 (cujo patrono é Afonso Cláudio de Freitas Rosa), a Academia Feminina Espírito-santense de Letras, onde ocupa a cadeira n. 31 (cuja patrona é Vilma Amada, sendo dessa entidade presidente dos biênios 2008-2010 - 2012, o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, a Associação de Professores de Espanhol - ES (sendo Presidente desta instituição por três biênios e membros fundador), a Associação Brasileira de Hispanista. Pertence, ainda, à Associación de Lengua y Filologia de America Latina, a Associação Brasileira de Literatura Comparada, à Trois Culture Meditérranée, à Associação Internacional de Hispanista. Já fez parte e faz parte da Câmara de Literatura do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Municipal de Cultura e Desportos e da Comissão de História na Lei Rubem Braga. É membro do corpo editorial da Revista Contexto (UFES). Revista Mosaicum, Signum, Hispanista (Ed. Portuguesa), Coleção Roberto Almada, Coleção José Costa e dos Escritos de Vitória. Colaborou com publicações em revistas e jornais. Participou de exposições poéticas e culturais, como no Projeto "Primavera: Arte e Literatura", realizado na Galeria Virginia Tamanini, no período de 27/10 a 2011/2009, das 13 às 18 horas, no Projeto "Espaço Cultural do TECAB", com a Mostra "Preservação e Conscientização", de Denise Moraes e sorteio de um exemplar do livro No Reino das Palavras, de Valsema Rodrigues, no período de 22/06 a 12/07/2010. 

SIMPLICIDADE
Em Muqui
-rincão capixaba
onde o verde toca o azul e
a vida é calma e clara -
há colégio, igreja, jardim
e amizades beira-linha.

Em tardes infinitas
um povo amigo
vem passar e ver
o Noturno
sob verdes alamedas.

Por quintais silenciosos
mansamente passa
um rio
que até o mar leva
o cantar amigo
dessa terra.

Em Muqui
o povo alegre
e hospitaleiro
se diverte em
festas cívicas
e em domingueiras.

Em Muqui
do vale à serra
a luz sorri
e voam colibris
em algum recanto dum jardim.


Elisa Lucinda Campos Gomes nasceu em Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, em 02/02/1958.      
Fez o primário no Grupo Escolar "José Cunha" e o secundário no "Colégio Agostiniano" e mais adiante passou para o Colégio "São José", onde completou o Curso Normal, recebendo o diploma de professora. Ingressou na Universidade Federal do Espírito Santo, no curso de Comunicação Social, onde, no mesmo ano iniciou suas atividades no teatro. Em 1982, saiu dessa Universidade diplomada em Jornalismo. Transferiu-se para o Rio de Janeiro. Ingressou na CAL Casa das Artes de Laranjeiras - no curso de Interpretação Teatral. Atriz de televisão, teatro e cinema, professora universitária, escritora, poeta, teatróloga. Todavia, é a interpretação da poesia, o dizer poesia, o lado que mais a fascina. É membro correspondente da Academia Feminina Espírito-santense de Letras.

ESPÍRITO SANTINHO
Fui criada na ilha
sem ser sozinha
fui desde pequenininha
criada na ilha
na madrugada
criada na trilha
sem ser ilhada
fui a porta, o poeta, o porto
o vivo-morto do congo
a madrinha da congada
comi cresci na panela de barro
era só eu e ela
ela me namora
eu namoro ela
nossa senhora da penha
fogo e fé, fogão avião à lenha
pra de noite no terreiro
orixá são benedito
o que perdi na força
ganhei no grito
porque eu fui desde criancinha
caçula americano
sulamericano
saci, meaípe, siri, alegre
espírito santo calor e quente
espírito quantum ardente
espírito santo com febre
de sacudir o brasil
pequena ponte sudeste
pequeno polegar mindinho
e mercosul
merconordeste
espírito santo moleque
capivara lobisomem
paneleira é deus ensaiando homem
menino e boca de pano
sulamérica brasil
caçulamericano
fui criada na ilha
com muito sol na virilha
amo batalha e vitória
maria ortiz
maria da glória
ela me namora
eu namoro ela
sou eu praia da costa
eu canto eu encanto
eu cachoeiro
eu praia do canto
fui criada na ilha desde criancinha
minha mãe vem lá de minas
e meu pai nasceu baiano
capixaba mesmo só eu que sou
povo mais novinho dos brasis
esse país sabido
o caçula do mundo
caçulamericano.

http://www.poetas.capixabas.nom.br/Poetas/detail.asp?poeta=Elisa%20Lucinda



Lia Márcia Leite Amaro, nasceu em Mimoso do Sul, em 10/10/1945. Aprendeu piano e curso o antigo primário com a professora Hilda Menezes. Passou nove anos sem estudar, porque o colégio era de "difícil acesso". Mesmo encontrando barreiras arquitetônicas e humanas, Lia Márcia não se deixou abater e prosseguiu no seu intento de reintegrar numa sociedade que tanto discrimina "o diferença". Sua acuidade intelectual fez com que durante o afastamento escolar fosse autodidata. Lia muito, escrevia sempre e procurava dialogar com pessoas que lhe acrescentassem maiores conhecimentos. Em 1961, mudou-se para o Rio de Janeiro e aos dezoito anos retornou, pela força de sua vontade, aos estudos. Fez o Curso de Madureza (2º grau). Já casada e mãe de dois filhos, fez o Curso de Magistério, tornando-se professora primária. Fez vários cursos básicos, como: Noções de Psicologia, Treinamento Autógeno, Parapsicologia, Agricultura, Paisagismo, Fruticultura, Manejo de Gado, Reforma Agrária e a Costituinte, Artesanato, Pintura em Aquarela e Desenho Artístico. Cursou a Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. Sob a influência da sua luta constante, aprendeu, observou e assimilou o que a vida lhe poderia oferecer. Dentro dos seus limites, impostos pela paraplegia de que é portadora desde o seu nascimento, acredita que se deve estar em constante desenvolvimento, pois quando uma pessoa pára é porque já começa a morrer.
Obras: "Degraus", livro de poesias, edições Jotanesi , RJ

 

SER POETA
Poeta, eu?
Não, jamais serei.
Dizem que ser poeta
É saber traduzir em rima tudo da vida.

Poeta, eu?
Nem mesmo sei dar nomes
A meus versos sem rimas
E que ninguém saberá dar

Se ser poeta é saber escrever,
Jamais o serei, jamais
Se escrevo é para os que sabem
Amar e sentir minhas palavras.

Se ser poeta é saber amar
Em um dia, talvez,
Possa dizer com imenso orgulho:
Sim, eu sou poeta!


A AFESL  representa a importância da mulher  no palco da  literatura capixaba, dentre elas, nós, do GrupoMSul “Performance  Negra”, destacamos a escritora Ester Abreu Vieira de Oliveira, do Município de Muqui. 
Demos destaque  também acadêmica da AFESL, Elisa Lucinda (atriz de TV, cinema e teatro, cantora, jornalista e escritora).  Publicou seu primeiro livro de poesia O Semelhante, em 1994. O poema “A menina transparente”, marcou sua estréia na literatura infantil e recebeu o Prêmio Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. Mas o que destaca essa versátil capixaba de 51 anos são os versos recheados de sensações do cotidiano. Elisa é considerada uma das mais talentosas poetisas brasileiras da atualidade. Promove saraus e criou a Associação de Estudo de Declamação.Representa o valor da mulher negra brasileira, com seu talento e versatilidade. 
Além destas, destacamos ainda a escritora mimosense Lia Márcia Leite Amaro, a qual, não é acadêmica da AFESL, mas é uma escritora do extremo sul capixaba que, com sua poesia, seus escritos, procura valorizar sua terra e sua cultura. Estes são alguns exemplos de mulheres  que fazem arte e valorizam as ações do feminismo capixaba, na apropriação de seus espaços.  
Por: Irene Cristina dos Santos Costa, 
GrupoMSul04 "Performance Negra"