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sábado, 23 de julho de 2011

LEVANTAMENTO DE CASOS DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO...


É notório que a violência sofrida pela mulher não tem distinção de raça, religião, idade ou qualquer outra condição, ela é produto de uma sociedade que subordina o sexo feminino, podendo ocorrer em qualquer ambiente. A violência é diversificada física, psicológica, moral, sexual), podendo a opressão vir de diversos agentes (pai, namorado, marido,irmão etc) mas as consequencias, quase sempre são as mesmas (limitação, constrangimento, sofrimento ou até mesmo a morte).
A dependência emocional ou financeira da vítima para com o agressor as limita no momento de denunciar. A vergonha, os filhos e o medo de novas agressões também fazem com que as mulheres violentadas sintam-se coibidas. Estes motivos também levam essas vitimas a não darem continuidade aos processos


Segundo Teles e Melo (2002) a violência contra a mulher pode ser considerada uma doença social,provocada por uma sociedade que privilegia as relações patriarcais, marcadas pela dominação do sexo masculino sobre o feminino.
Esta grave doença social não é estranha à cidade de Sousa que a exemplo dos municípios do interior paraibano, tem uma Delegacia da Mulher que funciona em precárias condições no que se refere tanto a estrutura física e quanto ao numero de profissionais que nelas atuam. Contudo não pode passar despercebido o fato de que nessas Delegacias os exercícios das funções vão além do cotidiano policial, havendo na maioria das vezes o aconselhamento, a conciliação, a mediação, enfim o apoio à comunidade.
Cumprindo seu papel, que vai além do ensino, o CCJS de Sousa-PB, através da esquisa e extensão atua na sociedade do município tendo como principal intuito a prevenção, a punição e a erradicação da violência de gênero.
As fontes principais desta atuação e da relação do Projeto com o social são a assistência jurídica que é feita em parceria com a Delegacia especializada no atendimento à mulher e com o Núcleo de Prática jurídica do CCJS, e o desenvolvimento de uma ação preventiva através da educação.


A busca para questões como: quais são as causas da violência doméstica; o perfil das vítimas levou o projeto que já está no seu terceiro ano de atuação a propor inicialmente a elaboração e um levantamento do perfil dessas mulheres através da aplicação de questionário e entrevistas sem estruturadas, procurando assim, obter respostas sólidas.
Numa curta retrospectiva pelos três anos de existência do Projeto Assistência Jurídica e Social às mulheres vítimas de violência na cidade de Sousa-PB, resultados importantes foram alcançados. Concluído o primeiro ano de vivência percebeu-se que o perfil da mulher que sofre violência no município fica obscurecido, pois as vítimas com maior nível econômico e de escolaridade não vai à Delegacia, por causa da vergonha que acaba impedindo a vítima de se manifestar.
De acordo com as análises feitas com as mulheres vítimas de violência que procuraram à Delegacia Especializada no atendimento à mulher para registrar a ocorrência do crime, dados importantes foram coletados; O perfil sócio econômico: ganha entre um e dois salários mínimos, a maior causa da violência é o uso abusivo de álcool por parte dos agressores (32%), o agressor: em sua grande maioria são os próprios companheiros e/ou ex-companheiros, os motivos: (28%) fúteis, 20% com ciúme e 20% outrem, quando a raça e a etnia 52% são brancas e 48% negras, quanto ao estado civil 40% são casadas, 20% separadas e 20% solteiras, 16% em união estável e 4% viúvas, em relação a descrição das agressões 36% são físicas, 8% agressão verbal, 8% ameaça e 48% outras. (Projeto, 2003).


Partindo para o segundo ano de funcionamento do projeto, tendo em vista a própria dinâmica da sociedade sousense, o trabalho educativo pragmático ganhou maior enfoque não sendo esquecido o acompanhamento, aplicação de questionário e levantamento de dados junto à Delegacia da Mulher. Neste ano foi dado um grande passo em defesa da justiça e contra a violência doméstica. No primeiro de dezembro de 2004, foi organizada uma manifestação, através da divulgação nas rádios locais, a da mobilização da comunidade acadêmica do CCJS, a população de Sousa foi a Fórum local participar do Júri Popular onde foi instalada a sessão referente a um bárbaro homicídio contra uma jovem de 19 anos vítima da violência de seu próprio noivo. A manifestação que transpareceu a indignação da sociedade diante desse crime chocante dada a sua torpeza, surtiu efeito satisfatório, tendo em vista que o réu foi condenado pelos representantes da sociedade (jurados), que estavam em sintonia com o anseio popular e com os ideais despertados pelo manifesto.
Em seu terceiro ano de existência, mais do que nunca é conformada a necessidade e a atuação positiva do Projeto Assistência Jurídica e Social a Mulheres Vítimas de Violência na cidade de Sousa-PB, na comunidade. Como progressão natural, nesse ano de 2005, após a construção do perfil da mulher vítima de violência baseada em dados adquiridos através dos questionários aplicados em plantões na Delegacia da Mulher, passou-se a atuar na área educacional, participando e realizando inúmeras palestras e seminários na Secretaria de Educação e nas Escolas Rurais e Municipais a fim de conscientizar a comunidade da gravidade trazida para Sousa pela violência de gênero e não esquecendo a assistência jurídica, partindo para ações efetivas na luta contra a violência contra a mulher.
Autores do texto:Maria da Luz Olegário
Alinne Siqueira Galdino
Fonte de pesquisa http://www.ufcg.edu.br

Segundo algumas pesquisas, com relação ao nosso tema,pudemos observar que em nosso município (Mimoso do Sul)não existem casos recorrentes de preconceito, bem pelo menos não há registros, apesar de todos nos sabermos que o preconceito existe e, muitas vezes, ele vem camuflado em piadas e brincadeiras maliciosas, apelidos e não chega a ser denunciado, motivo pelo qual fica difícil encontrar registros, principalmente em nosso município.

(Postado por Maria Aparecida R. Marques, Grupo MSul04 "Performance Negra")

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