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domingo, 11 de dezembro de 2011

ENTREVISTA

Entrevistada: Rosa Maria Barros de Oliveira
Formação: Supervisão/Magistério
                   Pós Graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional
Profissão: Pedagoga –Escola CEIM Euclides Mello dos Santos(Educação Infantil)  e Escola CUEF “Dr. José Nicodemus Cysne” ( Séries Iniciais e Finais do Ensino Fundamental)

Entrevistadora: Valéria Pereira Nascimento Fraga

  Pergunta: 
* Como as escolas em que ela trabalha tem enfrentado a questao do racismo tão presente em nossa sociedade?


Resposta sintetizada em forma de texto:

* "De acordo com a Lei 10.639/2003, torna-se obrigatório o estudo da História e Cultura afro- brasileira e indígena.  Eu, enquanto pedagoga tem orientado as duas escolas  trabalhar em forma de Projetos interdisciplinar com conteúdos programáticos voltados para a história e cultura da África e dos Africanos, a contribuição dos negros na Arte e na Literatura como: música, dança, pintura, histórias infantis com personagens negros ,história do Zumbi dos Palmares, a história muito utilizada na educação Infantil e séries iniciais ( Menina Bonita do Laço de Fita),etc. e também os negros que se destacaram em suas profissões, a importância de se trabalhar os valores éticos e morais, respeitando e valorizando  a cultura e os povos afrodescendentes,de forma que esses valores sejam aprendidos  e praticados  em sua vida, iniciando este trabalho desde a educação infantil e estendendo para as outras séries de ensino.   
Ressaltando que apesar dos avanços  através de grupos de  movimento ,lutando  contra o racismo  ao longo dos anos, ainda existe  o preconceito e o racismo em relação à cor da pele ,surgi  as Políticas Pública de Inclusão,o sistema de “quota “, com intenção de acabar com a descriminação e o racismo e oportunizar  uma vida digna e igualdade social,  um assunto muito polêmico de se abordar havendo sempre os “prós” e os “contras”, apesar de ser polêmico   sabemos que, só  a educação pode em qualquer sociedade, se constituir um poderoso meio de inclusão de promoção de igualdade." É muito importante sabermos como anda a situaçao de nossas escolas, e ao entrevistar a pedagoga Rosa Barros fiquei feliz em ver que ações contra o racismo e o preconceito racial tem sido feita, e o melhor não é só em datas comemorativas, percebe-se também que a Lei 10639/2003 tem sido cumprida, mas o mais importante é a conscientização de seu conteúdo.Ainda estamos no início, mas através de ações como estas chegaremos a uma sociedade sem precaonceito. 


 Fotos de Eventos realizados na EM CUEF “Dr. José Nicodemus Cysne”:














Por: Valéria Nascimento.

POLÍTICAS PÚBLICAS E RAÇA

                                
               Título:  Igualdade racial desde a Pré-escola

Nome: POLIANA DA SILVA BOTELHO
Órgão em que trabalha: EEEFM “SENADOR DIRCEU CARDOSO”
Município: MUQUI
Observação (caso seja necessário): BACHAREL EM CIENCIAS CONTÁBEIS
Nome do Polo ao qual se vincula: MIMOSO DO SUL

Objetivo Geral da ação:
Reconhecer a influencia do índio, do branco e do negro na formação do povo brasileiro, identificando misturas desses povos;
Quebrar paradigmas sobre a diversidade das raças, mostrando para as crianças que somos todos iguais, apesar das diferenças.
Mostrar que através da educação e que se tem um futuro sem desigualdade racial e social.


Justificativa:
O Direito a Educação Infantil é garantido pela Lei 9394/96 das Diretrizes da Educação Básica, que prevê escola para crianças a partir de 4 anos de idade. Fase das descobertas e do convívio com outras crianças, onde muitos são discriminados por sua formação étnicos, muitas vezes influenciados pelo convívio com próprios famíliares. É exatamente nesse momento da vida que é necessário a intervenção para poder erradicar de vez o racismo.
 O Brasil é conhecido por ter diversas culturas, que se deu pela mistura de diversas raças e em consequência disso é campeão em desigualdade e discriminação. No que diz respeito à igualdade, todos somos igual e ela é o principio da democracia, mas no cotidiano vemos situação de desigualdade e exclusão. Por isso a necessidade de implantação de políticas publica que tem como objetivo gênero e raça.
Segundo sociólogos Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva (HASENBALG e SILVA, 2005 p. 38-40) as desigualdades Raciais no Brasil esta associada aos mecanismos discriminatórios pelo qual passa a população preta ou parda no decorrer da sua trajetória. E o acesso a educação infantil e a escolarização básica se destacam como ativo importante no processo de realização socioeconômica, pois além de estar na escola sendo alfabetizado, como por exemplo, adquirimos valores que iremos carregar pela vida inteira, como convivência com outro.
Há uma expectativa de como homens e mulheres devam se comportar, esses jeitos são ensinados desde a infância e reforçados por toda a vida, e por que não desenvolver em nossas crianças a cidadania, pois é a partir delas que poderemos construir igualdade entre as raças.


Descrição da ação:
Palestras para crianças da pré escola, em forma de teatro, onde o tema abordado será igualdade social, mostrando a crianças que temos o dever de respeitar o outro independente da cor, da posição social e do gênero.

Cronograma
Para planejamento: Visitas a Centro de Educação Infantil, conhecer o público alvo como: número de alunos e sua respectiva cor. Trabalho em uma secretaria e vemos que muitos pais tem vergonha de assumir a cor do filho. Após essa visita elaborar o roteiro do Plano.
Para Execução: Esse trabalho teria duração de 1 mês, onde , trabalharíamos com as crianças toda a sexta-feira desse mês. O 1º Encontro faríamos um teatro baseado na história do Grupo Diante do Trono para crianças.


População beneficiada
Apesar de trabalharmos com as crianças, a população em geral será beneficiada uma vez que através dela que podemos conscientizar a geração de adultos futuros.


Referências:
Gestão de Políticas Pública em Genero e Raça/GPP-GeR Modulo 3 - Políticas Publicas e Raça
Lei de Diretrizes Basica (Lei 9394/96)

Postado por: Poliana da Silva Botelho

Um projeto de combate ao racismo

Escola do interior do Espírito Santo transforma discussões preconceituosas em diálogos de respeito às diferenças


Assim era um dia comum no CMEB Mário Leal Silva, em Guaraná, distrito de 7 mil habitantes do município de Aracruz, a 66 quilômetros de Vitória. Uma funcionária vê o trabalho de outra e dispara: "Mas isso parece serviço de preto!" Ao chegar à escola, uma aluna da Educação Infantil ouve o comentário de uma monitora: "Ela é escurinha, mas é tão engraçadinha!" Já em sala de aula, dois alunos discutem e um deles não hesita: "Professora! Manda esse ‘macaco’ parar senão eu vou bater nele!" Embora atenda cerca de 700 alunos que vivem em uma comunidade onde aproximadamente 50% da população é afrodescendente, a falta de respeito com as crianças negras e pardas era flagrante na CMEB Mário Leal Silva. E isso se refletia na aprendizagem, pois eram essas mesmas crianças as que mais apareciam nos índices de reprovação (7,39%) e de distorção idade-série (20%).

Ao assumir a direção em 2008 e se deparar com essa realidade de preconceito, a diretora, Mônica Andréa Porto Louvem, decidiu enfrentar o problema. Até então, o tema "identidade racial" aparecia apenas como parte do conteúdo das aulas de História afrobrasileira para atender às determinações da Lei 10.639/2003. "A cultura negra, por exemplo, só era trabalhada no 13 de Maio", relata Mônica, referindo-se à data comemorativa da libertação dos escravos. Para combater o racismo, ela criou um projeto que envolveu toda a comunidade (leia a íntegra do trabalho).

Segundo Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana, o fim de atitudes preconceituosas só é possível quando se desfaz a ideia de ‘raça’: "As raças foram nomeadas com base em conhecimentos falsos para atribuir poderes a alguns grupos. Aceitar nossa mistura e entender a diversidade com base na miscigenação e não pela segregação é algo crucial para a desconstrução do pensamento racista. E a escola é um pilar fundamental para promover essa mudança na sociedade. O ideal, quando esse tema é debatido, é falar em ancestralidade".

Postado por: Mônica Pontes da Costa Oliveira

Brasil e ES em Durban




No nosso Estado, segundo Wilson Prudente, procurador-geral do Trabalho no Espírito Santo  (ligado à Procuradoria Geral da República) e um dos participantes da delegação brasileira  em Durban, repete-se o modelo em vigor em todo o país: uma forma indireta e disfarçada de racismo predomina.

“Ninguém no Brasil, e no nosso Estado, diz diretamente ‘você não vai ser admitido porque é negro, ou gordo, ou homossexual’ ”, diz Wilson. “Mas são esses, nessa ordem, os elementos de preterimento das pessoas quando disputam um emprego. A forma usada pode ser ‘você não tem o perfil da empresa’, por exemplo. Mas a discriminação existe”. Para o procurador, a discriminação não é ou racial ou social: “São as duas coisas juntas. E aliadas hoje em dia a um outro elemento, ainda mais grave: a sociopatia do modelo ideal”.

Wilson explica: “Na alta modernidade, a sociedade elege o modelo humano ideal, cuja base é física – magro, saudável, de pele clara e por aí vai...” A rejeição ou aprovação da pessoa depende da distância ou aproximação dela com o modelo ideal: “Adolescentes têm de ser longilíneas, de olhos claros, saradas, e não há contestação a esse modelo”. Essa atitude é o que Wilson chama de sociopatia, ou síndrome do modelo, e que gera o fetichismo utilizado à exaustão pela propaganda. E instala uma gradação de aceitação das pessoas, uma escala de distância do modelo na qual é maior a rejeição quanto maior a diferença entre a pessoa e a representação de pessoa que o mercado requer. O pior é que gera também a auto-rejeição, com cada pessoa se reprimindo e se punindo pela sua origem, cor ou religião diferente do que é generalizadamente aceito.

Aí é que entra a importância da reunião de Durban: “O que se quer é a diversidade, a multiplicidade”, diz Wilson. “Fugir a esta concepção antiga, que é talvez a pior forma de autoritarismo, para adotar uma grande diversidade de modelos”. Na prática, isso significa o mercado – empresas, mídia – começar a usar a imagem de gente de todas as raças, iniciar-se um processo de informação que permita a todos conhecer cada uma dessas culturas rejeitadas, estimulando assim a compreensão”.

Para Wilson, isso inclui um sem-número de maneiras de alcançar a integração do que é diferente, entre elas a presença física dos modelos rejeitados: “Hoje, você vê que já há repórteres e apresentadoras negras na televisão, mas é preciso mais, porque isso estimula as empresas a também adotar novos critérios de admissão, porque hoje só as funções de menor prestígio estão disponíveis para os discriminados, como servir o cafezinho, fazer a segurança, ou ser o motorista”.

Para atingir essa meta, Wilson acha de fundamental importância o projeto do governo brasileiro, apresentado pela nossa delegação em Durban: “É preciso adotar ações concretas, e foi isso que se fez, nesse projeto, que separa percentuais de vagas nas universidades públicas para os negros e descendentes. É uma das formas de dar aos de origem negra a oportunidade de crescimento profissional que cada vez fica mais difícil para ele, por causa dos níveis cada vez mais baixos de qualidade do ensino público, o único ensino que essas populações podem ter”.

Para o procurador, essa, no entanto, não deve ser a única providência. “Outras medidas devem ser tomadas, como exigir programas de diversidade das empresas. E se há dificuldade na execução dessas medidas, até porque a maioria da população negra é cadastrada como parda, isso não pode levar ao imobilismo. A maior crítica ao Brasil, lá fora, é que não tem praticado em casa aquilo que preconiza para o resto do mundo”.

A delegação brasileira em Durban, segundo Wilson, foi a mais numerosa, mais ágil e mais bem preparada: chegou com dados, números, estudos e soluções. “Nós votamos de modo a modificar essa impressão internacional sobre nós. E considero a reunião vitoriosa, porque aprovamos uma Declaração de Direitos que consagra uma política de diversidade. É importante, porque uma vez aprovada em conferência internacional, pode-se exigir juridicamente o seu cumprimento. Sem essa diversidade, haverá sempre um abismo social que não interessa à democracia do século XXI”.
Fonte: http://www.seculodiario.com.br
Postado por: Mônica Pontes da Costa Oliveira

AS CONTRADIÇÕES DO SÉCULO XX QUE REFORÇAM AS DESIGUALDADES , A DISCRIMINAÇÃO E O RACISMO

Século XXI: um poço de contradições


Estamos num estado global de cegueira diante dos fatos. O pior de tudo é que nos tornamos cegos por opção
"No século XXI a emoção humana passou a ser movida pelas mãos do consumo e sua rede diabólica. Nos emocionamos muito mais com uma bela propaganda de fast food ou de um grande banco do que com as mãos fraquejadas dos trabalhadores explorados que constroem ao preço de dor sua tão lastimável história. Sim, de trabalhadores, homens e mulheres, que carregam em seus ombros a angústia de não saberem se terão algo para responder aos seus filhos quando eles disserem: "Estamos com fome!"Todos nós estamos em dívida com os famintos e miseráveis desta terra! Somos nós os responsáveis, pois os que se calam e consentem com o mal são piores que seus próprios autores."

O que cabe na poesia???

Não há poesia na lida ao sol de meio dia
No  corpo cansado da fadiga que arrelia
A barriga vazia  não sente fome de versos
A dor da injustiça  afigura um universo
Que  não cabe na poesia, não rima com ilusão...
É um estado perverso de quem não tem pão
De quem  precisa de  leite, arroz ou feijão
De quem sente na carne, nos ossos, na alma
A crueldade  marginalia da tal expropriação
De direitos, de oportunidades,  de vez,  de visão...
Qual verso rima com miséria? Pobreza dói no poema
E a panela pura não rima   com alguma coisa que preste
O filho da prostituta, a cria da contra mão,
O aborto da inocência, o fruto da violência
Quem se lembra em sua poética? Ou com seu verso o veste?
Há quem lembre do exilado, do mendigo, do sem teto?
Daquele que não tem nada nem um pedacinho de chão?
Quem dá a mão ao pivete? Quem acolhe o moribundo?
É mais fácil cantar o amor... fácil idealizar o mundo
A enxergar a  miséria,  puta velha do submundo
Não interessa ao poeta, não cabe na poesia
A escória da  sociedade, nem o sol do meio dia...

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 09/12/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 09/12/2011
Código do texto: T3379309 
 http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3379309
 

Pivete...

Eu passo fome
Durmo na rua
Peço esmolas
Para comer
Reviro o lixo
Caço igual bicho
Para viver...

Eu cheiro cola
Pra esquecer
Meu corpo sujo
Meus pés descalços
Minha fraqueza
E solidão ...

Eu bato carteira
Roubo bolsas
Anel, cordão...
Não tenho casa
Não tenho escola
Não tenho família
Nem proteção...

Eu sou do mundo
Sou fruto podre
Da indiferença
Cria bastarda
Do desrespeito
Sou escremento
Da sociedade
E resultado
Do desamor...

Meu sonho bom
Quem sabe um dia?
Ser grande e forte
E mandar no morro.
Da boca de fumo,
Ser o senhor...

Não sei se eu
Ainda vejo isso
Ou quem sabe
Eu morro antes
Na troca de tiros
Entre os "home"
E os traficantes...

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 28/11/2011
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 28/11/2011
Reeditado em 28/11/2011
Código do texto: T3360506 
 

Quinta-feira, Setembro 16, 2010






Educação e Mídia são as principais responsáveis pela discriminação
“A educação no Brasil, vem se utilizando de uma prática que forma indivíduos com um nível de cultura preconceituoso, alicerçado a uma visão de mundo que determina que tudo que é diferente, é errado ou inferior, mas nunca de forma igual”. A explicação é da Professora Ceres Santos, da UNEB, quando então convidada como uma das palestrantes para o Curso Jornalismo Cidadania e Diversidade, oferecido pelo Instituto de Mídia Étnica, em parceria com a Faculdade Social da Bahia. Em ocasião do mesmo Curso, outra convidada, a Socióloga Vilma Reis, afirmou, de forma emocionada que “o racismo desumaniza”. Essa afirmação se deu após a socióloga ter exposto, para os presentes, dados oriundos de um relatório, no qual uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, em 2008, revelou que médicos utilizavam menos anestesia em mulheres negras porque tinham aprendido que elas suportavam mais a dor. Essa informação chocou a todos os presentes. Deve chocar também àqueles que não acreditam que existe racismo no Brasil.O Curso mencionado foi dirigido aos alunos do Curso de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia (FSBA) tendo como coordenadora a professora da disciplina Redação I, Lílian Reichert Coelho, e que visava capacitar os futuros profissionais da área de Jornalismo para uma mudança de postura, na forma de abordagem a assuntos relacionados a temas como raça e etnia. O objetivo do Diretor Executivo do Instituto de Mídia Étnica, Paulo Rogério Nunes, é que fosse um debate constante em todos os Cursos de Comunicação para que, no futuro, tenhamos profissionais mais comprometidos com o fim das desigualdades sociais. E, por que não dizermos, cidadãos também? Existe outra medida ligada à Educação para reverter o quadro de racismo no Brasil. Um dos primeiros atos do Governo Lula, em 09 de Janeiro de 2003, foi o de assinar a Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileiras, dando início a uma conquista do movimento negro em busca de uma educação igualitária, baseada no respeito mútuo e nas diferenças culturais de nosso País. Para que essa Lei atinja o propósito de acrescentar uma nova cultura e o respeito pela raça negra, é necessário preparar os professores com informações suficientes sobre o tema, pois sabemos que os mesmos foram formados sem essa base histórica. Será necessário também editar novos livros didáticos e reformular as grades de graduação e licenciaturas. A implementação de cursos ou disciplinas nas Faculdades com bases fundamentadas voltadas ao estudo e respeito a estas diversidades étnicas, como é o caso do Curso Jornalismo Cidadania e Diversidade, seria de suma importância na formação de futuros profissionais, principalmente àqueles ligados às Comunicações porque, muitas vezes, são vozes carregadas de preconceito e discriminação. Alicerçada a estas propostas, a Educação não será mais uma disseminadora do preconceito racial, mas sim uma base sólida, fundamentada na conquista para uma igualdade étnico-racial, num País que não deveria ser citado como “verde e amarelo”, mas sim como rico em diversidade étnico-racial e cultural.

RACISMO AINDA PERSISTE


Racismo, no Dicionário Aurélio, significa: “Uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças. Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo considerado de outra raça”. Portanto, partindo deste conceito, podemos constatar que o racismo é a representação de uma desigualdade étnico-racial que atinge o Brasil de forma vergonhosa e assustadora desde o período colonial. A raça negra foi cruelmente massacrada, humilhada e escravizada com base no racismo. Os livros de história contam detalhadamente os episódios de sofrimento e servidão deste povo, mas não expõem a história da África e do povo negro antes da escravidão. Existe uma grande lacuna a este respeito. Os livros didáticos, na sua grande maioria, dão maior ênfase aos episódios de humilhação e dor ocorridos com os negros no Brasil, mas não relatam as conquistas e como era a vida deste povo, quando em liberdade na África. Vale lembrar que, deste continente, surgiram grandes civilizações. A história desta raça, suas origens, cultura e antepassados, merecem respeito e atenção.A criança negra, na escola, só tem acesso à história de seus antepassados como um povo escravo, humilhado e inferior. Então, é compreensível que queira esconder ou anular suas origens e sua cor. Os colegas de classe dessa criança, pertencentes a outras raças, aprenderão o mesmo conteúdo racista, desencadeando todo um processo de preconceito étnico e racial. Em algumas situações específicas, quando ocorre maior atenção e cuidado familiar, baseados no respeito e igualdade racial, o racismo não vai vigorar, pois a formação familiar, se adequada, contribui de forma valorosa no caráter e moral do ser, sendo uma aliada contra esta má cultura imposta pela educação.As escolas ensinam que os negros foram escravos e que, no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel do Brasil e o conselheiro Rodrigo Augusto da Silva assinaram a Lei Áurea extinguindo assim, a escravidão no Brasil. Mas, a abolição não ocorreu efetivamente, pois, ainda hoje, o negro é visto como subalterno e de raça inferior. E, a principal semeadora desta cultura preconceituosa, é a educação.



 Associação Internacional Poetas Del Mundo
                  Diretoria de Políticas Sociais
anamerij
Por: Irene Cristina dos Santos Costa

Racismo à brasileira: Desigualdade social atrelada à questão racial
Publicado: 17/11/2011 | Redacção Zwela


Foto: (Yahoo!)
Afro descentes negros e brancos nunca viveram em condições igualitárias
 

Maria Cláudia Santos, VOA


Nesta Semana da Consciência Negra, lembrada no Brasil até o próximo domingo, é recorrente a reflexão sobre o chamado “racismo à brasileira.”


A história tem mostrado que no país de maioria afrodescendente negros e brancos nunca viveram em condições igualitárias, mas, por outro lado, também não conviveram num regime de apartheid. Para especialistas, esse contexto dúbio levou o país a desenvolver um tipo de "racismo dissimulado". Pesquisas já mostraram que a grande maioria dos brasileiros admite a existência do problema no país. No entanto, essas mesmas pessoas afirmam não ter preconceito racial.


Para Edson Borges, professor do Núcleo de Estudos Afro Asiático da Universidade Cândido Mendes, os graves problemas vividos pelos afrodescendentes no Brasil fazem parte de uma complexa articulação desse racismo velado com as desigualdades sociais. “A desigualdade social brasileira ela está agarrada a diversos fatores: renda, moradia, condições de saúde. Mas, ela é estritamente associada á questão racial. O modelo brasileiro do racismo a brasileira é muito específico e tornou-se algo invisível, mas profundamente presente,” explica.


O analista lembra que o racismo dito “invisível” se constituiu dessa forma no Brasil por causa da história da escravidão no país: “Durante a própria escravidão, apesar das distinções, o negro foi integrado na sociedade em pequenas parcelas, dentro de pequenos núcleos pautados pela miscigenação. Então, por isso, nós tivemos a concepção de uma escravidão que teria um sentido mais benigno. Mas, o racismo, na verdade, pontuou a história brasileira o tempo todo.”


Edson Borges lembra que a diferença da concepção do racismo no Brasil fica mais evidente quando comparamos o modelo brasileiro com o americano e o sul-africano. “O modelo norte-americano é clássico porque também foi fundada uma sociedade escravista, mas com inspirações diferentes. Já retiravam o negro da própria condição de pessoa e o colocando á parte. Lá nós tivemos uma clara construção de “apartamento”, de separação e de políticos estatais de segregação. Isso também aconteceu no quadro sul-africano. Então esses dois quadros definiram claramente políticas de segregação envolvendo negros e brancos. No caso brasileiro, o racismo tornou-se invisível, como se o estado não tivesse participado.”


O estudioso lembra que toda a camuflagem da prática brasileira de discriminação contra negros tem sido, cada dia mais, percebida. Esse entendimento da forma como se dá a questão racial brasileira tem, inclusive, mudado a configuração da luta anti-racista no país, cada vez mais internacionalizada, contando pouco com apoio interno. “Essa luta tem conquistado poucos apoios entre os brancos brasileiros. Há uma grande dificuldade de que o branco, empresários, artistas, conjuguem uma luta conjunta contra o racismo á brasileira. Por causa exatamente daquela concepção reinante de que no Brasil o racismo pontual, individual e não estrutural não temos ainda um grande movimento cívico, e nem sei se um dia teremos, que lute contra o racismo à brasileira.”


O estudioso destaca, ainda, que a impossibilidade de camuflagem do grave problema no Brasil tem forçado avanços nos últimos anos, na área, sobretudo, nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e o presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Torna, a nível internacional, cada vez mais difícil o Brasil negar a existência de um racismo devido a dados quantitativos envolvendo a população negra brasileira. Isso levou o governo Fernando Henrique Cardoso, em 2001, na Conferência de Durban, a assumir responsabilidade histórica frente ao racismo e também a necessidade de operar com políticas estatais que foram prosseguidas por Estados e Municípios”, afirma.


“Temos assistido a avanços e teremos um julgamento épico no Supremo Tribunal Federal (STF), no próximo ano, da questão da constitucionalidade ou não das ações afirmativas, principalmente, nas universidades públicas brasileiras,” lembra Edson Borges. “Outro ponto que eu destacaria é o aprofundamento e a organização a nível nacional e internacional dos movimentos sociais negros brasileiros se mobilizando para buscar apoios internos e externos para políticas contra o racismo a brasileira.”


Lembrando que a Semana da Consciência Negra no Brasil é marcada pelo Afro XXI, evento que vai reunir, em Salvador (BA), de amanhã (17) até o próximo domingo (20), diversos líderes da sociedade civil, de governos e parlamentares de países ibero-americanos e africanos. O evento faz parte das últimas comemorações do Ano Internacional dos Afrodescendentes, como foi definido este ano de 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU).


Fonte: VOA


Por:  Bríscia Rosa Cacemiro

Grupo interministerial avaliará causas da violência contra jovens negros


A secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Sepir), Anhamona Silva de Brito, informou há pouco que um grupo interministerial avaliará as causas e consequências da violência contra jovens negros. Inicialmente, ela aponta o racismo como a causa principal. “Os negros e as negras são percebidos em nosso país como suspeitos criminosos principais”, afirmou. “Essa estigmatização autoriza a violência contra o negro, inclusive por parte do Estado.”
Em audiência pública que discute a violência contra jovens negros, promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Anhamona disse que outra causa para a violência contra os jovens negros é a desigualdade social.
Segundo a representante da Sepir, os indicadores sociais apontam altas taxas de homicídios de jovens negros e, além disso, diferenças de analfabetismo, escolaridade e pobreza em relação a jovens brancos. Por isso, na visão de Anhamona, as políticas públicas para o combate à violência contra jovens negros devem envolver não apenas medidas de segurança pública, mas também ações educacionais, de saúde e de qualificação profissional, por exemplo.
De acordo com a representante da Sepir, o grupo interministerial começará a trabalhar em 2012, sob a coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República. “Espero que políticas públicas casadas dos ministérios, por meio de um plano nacional, sejam resultado do trabalho do grupo”, afirmou. Segundo ela, a elaboração de um plano nacional de combate à violência contra jovens negros está prevista no Plano Plurianual (PPA) 2012/2015.
“O Mapa da Violência 2011 precisa servir como base das reflexões e das ações do governo”, disse. O estudo mostra elevação no número de jovens negros mortos na última década e queda no número de jovens brancos mortos.

Seja bem-vindo!!!

Você está no blog do Fórum Estadual da Juventude Negra, o FEJUNES!
Aqui, você vai ficar por dentro de tudo o que acontece em relação a juventude negra, além de saber tudo o que acontece no fórum.

Boa leitura a tod@s!!!
Axé!!!



Coordenação de Comunicação do FEJUNES

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Coordenação de Comunicação do FEJUNES

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Posição do FEJUNES sobre II Conferência Estadual de


O Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo – FEJUNES vem a público manifestar que NÃO PARTICIPARÁ do processo da II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, que será promovida pelo Governo Estadual.

Consideramos que esse Governo não apresenta nenhum sinal de diálogo com os movimentos sociais organizados, sobretudo com o Movimento Negro Capixaba. Essa Conferência tem tudo para ser mais um evento com o objetivo exclusivo de tentar esconder a real situação do povo negro e simular um esforço do Governo em resolver nossos problemas.

Sabemos que, atualmente o estado do Espírito Santo apresenta uma das maiores taxa de extermínio da juventude negra. Basta analisarmos os dados apresentados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SESP) que constataremos essa triste realidade. Somente nos meses de janeiro e março de 2009, o estado registrou mais de 497 assassinatos. Desse número, 50% são de jovens com idade de 15 a 29 anos, sendo que deste total 93,6% são negros/as.

É preciso que o Governo Paulo Hartung adote medidas efetivas para promoção do nosso povo. Não podemos legitimar espaços que são para camuflar a situação de calamidade que vivemos em nosso estado.

Cabe ainda ressaltar, que não tivemos avanços significativos no que se refere à adoção de políticas de promoção da igualdade racial após a I Conferência Estadual. Pelo contrário, enxergamos vários pontos que evidenciam um verdadeiro retrocesso.

A lei 7.723/04, que institui a Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial, até hoje não foi regulamentada; o Estado adota um modelo de segurança pública altamente repressor; o governo PH se coloca contra a luta das comunidades quilombolas e ao lado dos grande latifundiários; os direitos sociais são renegados a terceiro plano em favor do investimento em “grandes projetos”; o crime organizado ainda permeia as instituições públicas etc.

Dessa forma, reafirmamos nossa luta em prol da implementação de políticas de promoção da igualdade racial em nosso estado, mas não pretendemos legitimar esse tipo de processo que, simplesmente, serve para maquiar a realidade do nosso povo, sobretudo da juventude negra capixaba.

Seguiremos firmes na luta e não desanimaremos perante pequenos obstáculos.

Axé!

Espírito Santo, 21 de abril de 2009.

Fórum Estadual de Juventude Negra – FEJUNES

Maiores Informações:
www.fejunes.blogspot.com

fejunes_es@yahoo.com.br
Tel.: (27) 9920-7614

quinta-feira, 2 de abril de 2009

FEJUNES realiza Ato Público contra o racismo nesta sexta-feira

O Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo – FEJUNES - em parceria com a Gerência de Políticas de Raça da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Vitória e o Centro de Referência da Juventude, realizará nesta sexta-feira (03/04/09), a partir das 15 horas, Ato Público Pela Eliminação da Discriminação Racial e Contra a Violência sofrida, especialmente, pela juventude negra.

O Ato Público é mais uma ação dentro da Campanha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra e pretende dar visibilidade a essa luta e convocar mais uma vez a sociedade para se mobilizar no enfrentamento ao racismo e à violência.

Só no início deste ano já foram registrados mais de 497 assassinatos em nosso estado. Desse número, 232 são de jovens negros, ou seja, quase a metade. Esses jovens exterminados são em sua maioria moradores de bairros periféricos do nosso estado. Além disso, cenas de racismo são cotidianamente vividas por esse segmento, que não conta com políticas públicas que sejam verdadeiramente eficazes na superação desse quadro.

Durante o Ato haverá o lançamento da Cartilha “Racismo: tô fora”, produzida pelo FEJUNES, que aborda a violência e o racismo sofridos pela juventude negra. Também terá falas de representantes de entidades negras e dos demais movimentos sociais e panfletagem junto à população.

Logo após o Ato Público, haverá uma programação Político-cultural no Centro de Referência da Juventude de Vitória, a partir das 18 horas. Lá acontecerá a exibição do vídeo “Mais Um”, também produzido pelo FEJUNES, seguido de debate, além de apresentações de uma banda de Congo, do Grupo Teatral do Odomodê e das bandas Preta Hoots (Rap) e Rasta Cristhian (Reggae).

Ações 2009
O FEJUNES começou 2009 com todo o gás e pretende manter esse ritmo durante o ano inteiro. No final de semana passado (28 e 29/03) ocorreu em Colatina/ES o Curso de Formação “Mulher: negra e guerreira”. A atividade foi um sucesso e na oportunidade foi lançado o Coletivo de Mulheres do FEJUNES.

Ainda para o mês de abril estão previstas a realização da Oficina “racismo, violência e juventude: um bate-papo necessário” em escolas e a realização de um Seminário sobre extermínio da juventude negra.

O Fórum ainda conta com um calendário extenso de ações para todo o ano. Em 2009 acontecerá o Encontro da Juventude Negra e Indígena; a reabertura do Grupo de Estudos Afro-brasileiros na UFES; a publicação do Relatório da primeira Fase da Campanha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra; o III Encontro Estadual da Juventude Negra Capixaba e a Marcha Estadual no Dia da Consciência Negra entre outras atividades.

O objetivo dessas ações é fortalecer o processo de organização da juventude negra no estado e contribuir efetivamente para a luta contra o racismo e as demais opressões.

Maiores Informações:fejunes_es@yahoo.com.br

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(27) 9920-7614 (Lula)


Denúncia de racismo em colégio de São Paulo




A estagiária Ester Elisa da Silva Cesário acusa o Colégio Internacional Anhembi Morumbi, onde trabalha, de perseguição e racismo. Segundo boletim de ocorrência (BO) registrado em 24 de novembro, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo, ela teria sido forçada por superiores a alisar o cabelo para manter “boa aparência”. A diretora do colégio, que nega o preconceito, teria prometido comprar camisas mais cumpridas para a funcionária esconder seus quadris.


A jovem disse que foi contratada no dia 1º de novembro de 2011 para atuar no setor de marketing e monitorar visitas de pais interessados em matricular seus filhos no colégio, localizado no bairro do Brooklin, em São Paulo. A estagiária afirma ter sido convocada para uma conversa na sala da diretora, identificada como professora Dea de Oliveira. Nos dias anteriores, sempre alguém mandava recado para que prendesse o cabelo e evitasse circular pelos corredores.

“Ela disse: ‘como você pode representar o colégio com esse cabelo crespo? O padrão daqui é cabelo liso’. Então, ela começou a falar que o cabelo dela era ruim, igual o meu, que era armado, igual o meu, e ela teve que alisar para manter o padrão da escola.”

Além das advertências, Ester afirma ter sofrido ameaças depois de revelar o conteúdo da conversa aos demais funcionários do colégio. Eles teriam demonstrado solidariedade ao perceber que a estagiaria estava em prantos no banheiro.

“Depois disso, eu me vesti para ir embora e, quando estava saindo, ela me parou na porta e disse: ‘cuidado com o que você fala por aí porque eu tenho vinte anos aqui no colégio e você está começando agora. A vida é muito difícil, você ainda vai ouvir muitas coisas ruins e vai ter que aguentar’.”

Versão do colégio

Um funcionário indicado pela Direção do Anhembi Morumbi falou que a instituição não recebeu nenhuma notificação sobre o registro do BO e também negou a existência de preconceito, limitando-se a dizer que “o colégio zela pela sua imagem e, ao pregar a ‘boa aparência’, se refere ao uso de uniformes e cabelo preso”.

A advogada trabalhista Carmen Dora de Freitas Ferreira, que ministra cursos no Geledés – Instituto da Mulher Negra – assegura que a expressão “boa aparência” é usada frequentemente para disfarçar preconceitos.

“Não está escrito isso, mas quando eles dizem ‘boa aparência’, automaticamente estão excluindo negros, afrodescendentes e indígenas. O padrão é mulher loira, alta, magra, olhos claros. É isso que querem dizer com ‘boa aparência’. E excluir do mercado de trabalho por esse requisito é muito doloroso, afronta a Lei, afronta a Constituição e afronta os direitos humanos.”

Métodos conhecidos

De acordo com o depoimento da estagiária, as ofensas se deram em um local reservado. A advogada explica que essa prática é comum no ambiente de trabalho, além de ser sempre premeditada.

“O assediador sempre espera o momento em que a vítima está sozinha para não deixar testemunhas, mas as marcas são profundas. O preconceito é tão danoso, que ele nega direitos fundamentais, exclui, coloca estigmas, e a pessoa se sente humilhada, violentada. Quando o assediador percebe a extensão do dano, ele tenta minimizar, dizendo ‘não foi bem assim, você me interpretou errado, eu não sou discriminador, na minha família, a minha avó era negra’.”

Ester ainda afirma que teria sido pressionada a deixar o trabalho, ao relatar o ocorrido a uma conselheira do Colégio. Como decidiu permanecer, passou a ser vigiada constantemente por colegas.

“Eu estou lá e consegui passar numa entrevista porque sou qualificada para o cargo, mas ela não viu isso. Ela quis me afrontar e conseguiu abalar as minhas estruturas emocionais a ponto de eu me sentir um lixo e ficar dois dias trancada dentro de casa sem comer e sem beber. Você pensa em suicídio, se vê feia, se sente um monstro.”

Trauma

Ester revela que as situações vividas no trabalho mexeram com sua auto-estima e também provocaram grande impacto nos estudos e no convívio social.

“Desde que isso aconteceu, eu não consigo mais soltar o cabelo. Quando estou na presença dela eu me sinto inferior, fico com vergonha, constrangida, de cabeça baixa. É a única reação que eu tenho pela afronta e falta de respeito em relação a mim e à minha cor.”

O BO foi registrado como prática de “preconceito de raça ou de cor”. A Lei Estadual nº 14.187/10 prevê punição a “todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no Estado por qualquer pessoa, jurídica ou física”. Se comprovado o crime, os infratores estarão sujeitos a multas e à cassação da licença estadual para funcionamento.

Fonte: Radioagência NP

Comentário: A reportagem deixa claro o preconceito embutido nos estereótipos atribuídos a mulher negra e em como a sociedade não reconhece o racismo, utilizando de artifícios para mascarar as práticas preconceituosas. Ressaltamos nesta reportagem a colocação da advogada do caso, é de extrema contribuição.

Por:  Bríscia Rosa Cacemiro