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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Debate da violência contra a mulher

A próxima sexta-feira, Dia Internacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, será marcada por atividades de conscientização em Cachoeiro de Itapemirim. Workshop sobre violência doméstica, distribuição de panfletos com orientações e serviços gratuitos são algumas das ações que serão realizadas a partir das 8h, na Praça Jerônimo Monteiro, no centro da cidade.

O workshop será ministrado pela coordenadora do Núcleo de Enfrentamento da Violência Doméstica Contra a Mulher (Nevid), a promotora de Justiça Sueli Lima e Silva. Ela vai orientar as participantes sobre as formas de combate à violência contra as mulheres e sobre os direitos garantidos a elas. Para participar da atividade, basta comparecer à tenda do evento, que deve começar às 10h.

Assistência jurídica e psicológica também será oferecida às participantes, gratuitamente. Estudantes de Direito e Psicologia do Centro Universitário São Camilo serão responsáveis pelos atendimentos. Quem passar pela praça durante as atividades vai receber folhetos que informam os mecanismos de denúncia de casos de violência contra a mulher. O evento é coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes).



Postado por: Mônica Pontes da C. Oliveira

CRIANÇAS NEGRAS AINDA SÃO PRETERIDAS NA HORA DA ADOÇÃO

Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.
Atualmente há 4,5mil crianças no Brasil esperando serem adotadas
Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço. “O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução.”
Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.
-Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva-, defende Gomes. O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil “clássico” é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.
Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem 38 anos, cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um “detalhe”. Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.
-Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus-, afirma a advogada.
Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. “É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz.”
Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais. “O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania”, ressalta.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br
Postado por: Mônica Pontes da C. Oliveira

Cultura negra está cada vez mais presente entre os jovens

A cultura afro está, cada vez mais, presente no visual, nas preferência musicais, nos estudos e na religião dos jovens brasileiros. Os dados do Censo 2010, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstra que de 34 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos, 18,5 milhões se autodeclararam pretos e pardos. Dentre os adultos entre 25 a 59 anos, apenas 54 milhões dos 107 milhões dessa faixa etária se disseram pretos ou pardos.
De acordo com o sociólogo e professor do Decanato de Extensão Universitária da Universidade de Brasília (UnB) Ivair Augusto Alves dos Santos, o movimento de resgate cultural negro começou na década de 1950. “Em 1970, a mudança foi física, ou seja, na aparência, com o movimento Black Power. Na década de 2000, a mudança é política e envolve o debate de ações afirmativas”. Santos atribui esse movimento impulsionado pela juventude às transformações tecnológicas, uma vez que os jovens negros de hoje têm mais possibilidades. “Se compararmos as possibilidades, vemos que são maiores. Você tem grupos de música que conseguem atingir grandes massas, tem mais informações também.”
A cabeleireira Rosemeire de Oliveira, de 32 anos, aponta uma mudança de mentalidade no país, lembrando que, antigamente, ninguém falava sobre “o que é ser negro”. Ela trabalha em um salão afro de Brasília há 12 anos. A maioria dos clientes, segundo ela, são os jovens. “Teve uma época que ser negro era moda. Agora, os negros realmente estão se assumindo e aprendendo a se gostar mais”.
O percussionista baiano Ubiratã Jesus do Nascimento, de 40 anos, conhecido como Biradjham, cresceu envolvido com a cultura negra. Há 25 anos trabalha com música e já tocou com bandas famosas da Bahia. Adepto do candomblé, Biradjham diz que os negros têm mais liberdade atualmente. "O movimento está mais forte. A mudança cultural vem de muito tempo, mas hoje tem mais força".
Fonte: http://www.brasil.gov.br

Postado por: Mônica Pontes da C. Oliveira