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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Meu Plano de Ação


Curso de Formação em Gestão de
Políticas Públicas em Gênero e Raça
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Tema: Discutindo nosso Passado


Identificação do Cursista


Nome: Júlio Cezar de Oliveira
Órgão em que trabalha: Prefeitura Municipal de Mimoso do Sul
Cargo: Professor
Município: Mimoso do Sul


Objetivo da Ação

    Desenvolver projetos que possam possibilitar o entendimento acerca do contexto histórico, no qual se operou a formação da mulher negra trabalhadora no Brasil. De forma, que esta organize mentalmente, o processo através do qual se formou a essa classe no Brasil.



Justificativa:


       Em decorrência do contexto histórico no qual se desenvolveu a formação da classe negra feminina no Brasil, esta encontra-se em situação de inferioridade social, quando comparada a classe branca feminina, por exemplo. O que decorre, em suma, da exclusão da mulher negra de certas ocupações/posições sociais, desde o período pós-abolicionista, o que levou esta mulher a ocupação de lugares previamente determinados, como os de prestação de serviços domésticos.
Descrição da Ação:

Através da criação de um mini-curso, um tipo de seminário com o tema: “ O processo histórico de formação da mulher negra no Brasil”, serão apresentados os temas a serem discutidos. Temas estes que após serem apresentados seriam discutidos em mesas temáticas. Cada grupo de discussão ao fim dos debates desenvolveria uma síntese do que fora compreendido com os temas propostos, e indicariam medidas/ações sociais que poderiam vir a serem utilizadas para a criação de ações governamentais.




Cronograma:

Seminário a ser realizado em 4 dias. Encontros com 2 horas de duração.

1º Dia: Tema: A mulher negra no Brasil Colônia.
2º Dia: Tema: A abolição da escravatura no Brasil e a situação da mulher negra no Brasil.
3º Dia: Os movimentos sociais de oposição a situação opressiva da mulher no Brasil.
4º Dia: A mulher negra no Brasil nos dias atuais: sua situação e posição social.



População Beneficiada

    Mulheres Negras Jovens
    Professores de ambos as séries;
    Representantes Políticos.

Estatuto da Igualdade Racial


               A aprovação do Estatuto da Igualdade Racial a meu ver é um imenso avanço. Esse módulo tem discutido muito as questões raciais no Brasil, e ficou muito claro para mim, que esse processo, de re-construção da cidadania negra, tem sido muito longo e doloroso, assim como tem ocorrido a passos lentos. Dessa forma, a aprovação do Estatuto mostra, firmemente, o interesse governamental de participar dessa re-construção. No entanto, o governo deve, ao criar, leis analisar todos os meandros do processo e agir de forma igualitária, de modo a ser justo com todos. O racismo que ainda persiste vivo em nosso país, de forma velada, é um fato, e no meu entendimento, somente será desraigado de nossa cultura, através da Educação. Por isso, as medidas presentes no Estatuto da Igualdade Racial, como por exemplo, a obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura da África e dos afrobrasileiros nas escolas, já são medidas cujos objetivos são destituir as concepções racistas de nosso país.
            Alguns dizem que essas medidas não são suficientes. A meu ver, muitos que defendem a bandeira do movimento negro, buscam, no entanto, uma certa forma de compensação, em decorrência do histórico de discriminação vivido pelo negro neste país. Penso que compensar não é o caminho, do que adianta fornecer cotas para negros ou indígenas, em instituições de ensino, se estes, muitas vezes ao entrar nessas escolas, não poderão alcançar o máximo do seu desempenho, em decorrência de um ensino público desqualificado, o que acaba por depreciar o ensino.
            O que é preciso, a meu ver, é melhorar a qualidade da Educação, de forma que estes, afro-descendentes, indígenas ou qualquer outra classe desmerecida pelo passado, possam galgar títulos por merecimento intelectual e não por favorecimento governamental. Atitudes assim não contribuem para o fim do racismo, ou a igualdade de direitos, pelo contrário, a longo prazo, seus resultados terão sido contrários aos inicialmente esperados. 

Por Júlio Cezar de Oliveira