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sexta-feira, 29 de julho de 2011

COMUNIDADE QUILOMBOLA MONTE ALEGRE-ES, SEU PRÓPRIO FUTURO

Monte Alegre, distrito de Pacotuba, fica a 37 km do município-sede, Cachoeiro de Itapemirim, situada na região dos Vales e do Café, no Espírito Santo, com economia voltada para a agricultura de subsistência. São trabalhadores, em sua maior parte negra, descente de escravos, meeiros ou diaristas nas fazendas vizinhas, que vivem com renda mensal média de menos de um salário mínimo. Sofrem com a falta de saneamento básico, água encanada e rede de esgoto; a coleta de lixo é realizada uma vez por semana, entre outros problemas que advêm destes, como saúde e educação e, o principal e maior deles: a baixa auto-estima, apesar de toda hospitalidade desse povo.
O grande desafio é sair do discurso fácil do desenvolvimento sustentável para, efetivamente implantar e implementar ações que gerem auto-sustentabilidade para a comunidade. O primeiro passo já foi dado. O Instituto Novas Fronteiras da Cooperação, juntamente com o Ministério do Turismo fomentaram ações de incentivo ao resgate cultural, além de projetos de desenvolvimento para a região, buscando novos recursos e técnicas para prosseguir e garantir um futuro sustentável. Esse é o objetivo da execução do Projeto de Turismo Étnico, Cultural e Ambiental.
Desenvolvido em parceria com a Associação de Remanescentes de Quilombo de Monte Alegre (Acreqma) após uma pesquisa/diagnóstico da sociedade local que possibilitou o conhecimento de seu perfil sócio-econômico, pode-se mover ações de planejamento estratégico, entre outras, para a melhoria na qualidade de vida nesse local, promovendo inclusão social e implantação de infra-estrutura. Foram oficinas de artesanato, gastronomia, teatro, danças, estruturação de trilhas na Floresta Nacional de Pacotuba, gestão associativista e comercialização da produção, entre outras que, além de inclusão social e elevação da auto-estima, subsidia meios para que continuem, eles próprios, este trabalho, visto que, como moradores e agora capacitados, são os que melhor conhecem as reais necessidades da comunidade.
O Projeto chega à etapa final e mostra resultados positivos. As parcerias formadas são prova disso. Os quilombolas de Monte Alegre têm mais motivos para sorrir. A coordenadora do Projeto, Rosilã Jacques Pereira, garantiu que o trabalho vai muito além de cumprir um cronograma. “Se queremos que o nosso trabalho tenha sustentabilidade temos que buscar outros atores comprometidos com esse processo. Não se trata apenas de ensinarmos dança, teatro, gastronomia, artesanato ou de realizamos outras oficinas de qualquer natureza. É preciso que haja comprometimento, disciplina e responsabilidade para que as ações desenvolvidas tenham continuidade e desperte ainda mais, o interesse de turistas”. De maio até outubro, circulou na comunidade cerca de R$ 30 mil deixados por visitantes e distribuídos entre os diversos grupos produtivos. “Isso é geração de renda e por conseqüência o aumento da auto-estima das pessoas”, afirma Rosilã.
Só este ano, foram mais de três mil visitantes que puderam conhecer um pouco mais da cultura desse povo e aproveitar de sua hospitalidade e têm visitas agendadas até final dezembro. Isso só foi possível em função do capacitação da comunidade em diversas habilidades. Danças como: maculelê, capoeira de angola, caxambu, dança afro-brasileira, samba de roda e ciranda, são alguns dos atrativos do local que conta ainda com um grupo de teatro que encenam partes do cotidiano de seus antepassados – cenas como: Abolição, Pau da Mentira e Enterro da Escrava Rufina. A gastronomia africana também está presente, o angu de banana verde com peixe salgado e outros pratos típicos. O artesanato em argila, sementes, palhas de coco, bananeira e milho e sabonetes e velas artesanais com essências da Floresta Nacional de Pacotuba ajudam na renda dessas famílias. Algumas das apresentações culturais são feitas dentro da Floresta, durante as trilhas.
Essa movimentação na comunidade gera renda aos moradores. Todos ganham. Mas não é somente Monte Alegre quem ganha com isso, mas sim, toda a região em torno, pois se existe um aumento na renda, há também uma melhora na qualidade de vida. O comércio em torna ganha. Quem antes vivia apenas com o pouco vindo de programas como bolsa escola, hoje já pode contar com uma renda extra que permite adquirir mais bens. Como é o caso de Licinha, quilombola e artesã, hoje já tem antena e telefone celular em casa, vendeu em uma semana cerca de R$ 400,00, o que corresponde as vendas do último semestre do ano passado.
Um lugar com tantas riquezas não pode ficar esquecido, nem mesmo escondido. Com todo o estresse da correria das grandes cidades nada melhor que relaxar, se divertir e ainda aprender em contato com a natureza e com a cultura.




 É de extrema importância o reconhecimento e a preservação cultural das comunidades quilombolas.
O território quilombola de Monte Alegre Foi o primeiro do sul do Espírito Santo a ser reconhecido. Nele moram 102 famílias, com 423 pessoas.
A população desta localidade está  preparada para receber de forma muito agradável os turistas e oferecer-lhes o que existe de melhor da cultura afro. Lá podemos conhecer os artesanatos, assistir a apresentações de teatros e danças afro, como o caxambu, o maculelê e a capoeira, além, é claro, de experimentar a deliciosa culinária típica.
O território quilombola de Monte Alegre é realmente encantador, tive a oportunidade de conhecer e recomendo a todos.
Por:  Mônica Pontes da Costa Oliveira, GrupoMSul04 "Performance Negra"

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