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domingo, 11 de dezembro de 2011

PLANO DE AÇÃO


Título:

A inserção da Mulher Negra na Política e a luta contra o Racismo
Identificação do/a cursista:
Nome:
Órgão em que trabalha:
Cargo:
Função:
Município:
Observação (caso seja necessário):
Número da turma:
Nome da professora on-line:
Data de finalização do Modulo 3: __ / __ / ____

 Bríscia Rosa Cacemiro
Secretaria Municipal de Ação Social
Técnica de nível superior
Assistente Social
Atílio Vivacqua


GPP 01

Denise Pinto Vasconcelos

02/12/2011
Objetivo Geral da ação:

 Promover um seminário que aborde o tema do racismo dando ênfase a perspectiva de gênero e a implicação destes conceitos na política.

Justificativa:
A Constituição Brasileira de 1988, considerada como a Constituição Cidadã, institui que todos são iguais perante a lei, sem distinção de cor, raça ou credo religioso. No entanto, sabemos que em nosso país ainda perdura um dos males mais repugnantesda sociedade mundial, o racismo.
O racismo enquanto fenômeno híbrido e multifacetado abarca não só as expressões e manifestações agressivas de intolerância e ódio racial, como também se expressa através de situações carregadas de um teor simbólico e implícito em que o racismo atua como fenômeno segregador.
O racismo é um “conjunto de ações , idéias, doutrinas e pensamentos que estabelece, justifica e legitima a dominação de um grupo racial sobre outro, pautado numa suposta superioridade do grupo dominador em relação aos dominados . Num regime em que prevalece uma lógica racista, os recursos das mais diversas ordens (econômicos, políticos e simbólicos) são distribuídos seguindo a lógica desigual da hierarquia racial vigente”. (2010)
“ a partir do tráfico de escravos/as e da escravidão nas Américas que raça começaria a ser associada indelevelmente a negro/a africano/a e a inferioridade da condição escrava, a ser construída como uma condição essencial dos/as negros/as”. (2010)
Sendo assim, os brancos passaram a ser vistos e entendidos como superiores aos negros/as e mestiços, tanto biologicamente como também moral e intelectualmente. No decorrer dos anos várias foram as teorias desenvolvidas tanto para justificação como para repudio do conceito de raça e do racismo, no entanto sabemos que o racismo ainda persiste enquanto fenômeno segregador  e excludente e que a teoria da Democracia Racial defendida por Gilberto Freyre que apresentava o Brasil como exemplo “de convivência pacífica e ausente de conflitos, preconceitos ou discriminações de base racial” (2010) ainda é um sonho.
Segundo o sociólogo Florestan Fernandes (1965 e 1972) no Brasil persiste a lógica do racismo á brasileira, ou melhor, prevalece o aspecto “trickster” (malandro) do preconceito e do racismo, onde ninguém assume ter ou já ter tido alguma postura e/ou atitude racista, mas já ter presenciados estas atitudes no comportamento de alguém próximo.
Essas situações vivenciadas no cotidiano por muitos negros/as vem afirmar que nosso país ainda não alcançou o ideário da igualdade promulgado pela Constituição Cidadã e quando realizamos o recorte de gênero notamos que essa desigualdade se acentua.
Verena Stolcke relata que “as diferenças de raça/etnia, ao lado das de classe, se destacam, entre outras características disponíveis dos seres humanos, como indicadores significativos da desigualdade social e elas interagem para reproduzir a opressão das mulheres em geral e as diferenças particulares entre elas”. (1990)
As mulheres conquistaram muitos avanços em relação aos homens, mas ainda é notório as desvantagens comparadas em relação as mulheres brancas. Por exemplo, “as mulheres que começam a se movimentar para ocupações de nível superior são predominantemente brancas, enquanto que há uma forte concentração de mulheres pretas e pardas no serviço doméstico. As mulheres provenientes das classes mais pobres (majoritariamente negra) se dirigem para a prestação de serviços e para os empregos ligados à produção na industria, enquanto que as mulheres de classe média se dirigem para o serviço  de produção e de consumo coletivo (setor terciário) devido aos seus melhores níveis educacionais”. (2010)
Por tanto, na política o cenário não é diferente, durante muitos anos as mulheres foram mantidas longe da vida pública tendo como referência e destino a vida familiar e os espaços privados. A partir do século XX as mulheres crescem no eleitorado e em 2008 já representavam 52% do eleitorado.
Apesar destes avanços “a maioria no voto não chegou a transformar a participação por gênero nos diversos níveis de representação parlamentar. As mulheres brasileiras continuam sub-representadas no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras Municipais”. Considerando o recorte de raça a representação nestes espaços é ainda menor.
Partindo destas análises o seminário visa contribuir para o despertar crítico das mulheres negras usuárias dos serviços ofertados no Centro de Referência da Assistência Social, partindo da premissa do racismo enquanto fenômeno determinante nos processos excludente e na negação de oportunidades, tendo como base a palestra de uma mulher negra, vereadora do município que conseguiu driblar o preconceito de raça e gênero e se firmar enquanto representante legislativa de seu município.
Descrição da ação:

A ação visa promover o debate sobre a questão do racismo na perspectiva de gênero, para tanto promoveremos uma palestra sobre o racismo e suas implicações na vida dos sujeitos e convidaremos para uma exposição no seminário uma vereadora negra do município de Atílio Vivacqua, para expor sua experiência na política, ressaltando a importância da mulher nesses espaços na luta contra o racismo
Cronograma
Para planejamento:
Para execução:
Etapas
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Elaboração do plano de ação
X



Reunião com o grupo para organização do Seminário


X


Convite aos palestrantes


x

Organização dos materiais e espaço para realização do seminário


X

Seminário



X
População beneficiada
Mulheres negras atendidas pelo Centro de Referência da Assistência Social – CRAS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM GÊNERO E RAÇA/GPPGR. Módulo 2 Políticas Públicas e Gênero.2010
___________________________________. Módulo 3 Políticas Públicas e Raça. 2010. 
Mulheres Negras em Movimento fazendo a diferença entre diferentes. Disponível em www.aps.pt/vicongresso/pdfs/160.pdfAcesso em 03/10/2011.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. (1988). Constituição Federal. Brasília/DF

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